segunda-feira, outubro 31, 2005
Eu a ti não te sonho nem te invento, parece-me demasiado arriscado. E mesmo quando a teimosia da mente e da imaginação fértil me empurram para histórias de desejos deliciosos digo logo basta, não quero!
Não me interessa o quanto a minha imaginação te embeleza só me interessa o que tu és com virtudes e defeitos, com caminhos longíquos ou tortuosos e até com a mania dos traumas, porque contigo só me interessa a verdade do ser e do querer, porque não pensei ter-te em momentos no meu horizonte.
Eu a ti só te saboreio!...
"E ao contrário da razão e do sonho, é bom ser feliz aos momentos, devagarinho, silenciosamente e muito, muito quentinhos..." by mra in http://asconversas.blogspot.com/
domingo, outubro 30, 2005
Um sonho, um pensamento, um desejo...
Numa carícia demorada a minha mão afaga o teu rosto e acarinha cada centrímetro de ti, enquanto te sussurro o que vejo.
Gosto do desenho dos teus lábios rosados, quentes, provocantes que tantas vezes me aquecem com um sorriso. Gosto das rugas na tua testa quando tentas trasmitir aquilo que realmente pensas e queres que a outra pessoa te entenda e oiça com atenção. Gosto do teu sorriso, que usas para te camuflar sentimentos ou sensações e cativar quem se dá a ti, acho piada à forma como o utilizas quando as palavras te são difíceis.
Dos teus olhos não sei falar porque ainda não os vi, não cheguei tão perto. Deixo-os para mais tarde, pois quem sabe não serão eles que me mostrarão os segredos de ti, as palavras que não dizes ou as que gostarias de dizer mas teimam em não sair, seja porque razão for.
Contigo não quero pressas, quero a calma dos sentidos porque gosto da medida em que te dás a mim.
Estás a ser uma descoberta deliciosa...
sábado, outubro 29, 2005
Urgência!
Esta noite e todas as noites em que não estás presente preciso ler um livro, ver um filme para viver outras vidas, outros sentimentos e outras confusões. Saber que conhecerei o próximo capítulo da história em breve, sem ser preciso ter a paciência para esperar os momentos certos e as oportunidades.
Quando tu não estás e as minhas noites não são tuas os meus momentos não têm a mesma piada, não consigo tomar o gosto a cada instante, nem beber a vida como gosto de fazer quando estou contigo.
Quando te peço dois beijos dás-me um sorriso, quando te peço um abraço dás-me a tua mão, quando te quero sentir bem perto tu estás longe e quando não espero sentir-te tu tentas estar mais perto que nunca... Eu só queria dançar contigo, envolver-te no meu corpo, perder-me por entre os teus braços, falar-te da franqueza das rugas na tua testa, da vontade que tenho de sorver o teu sorriso, tocar os teus lábios com os meus e saber que mais que corpo poderiamos ser alma, paixão.
Mesmo não te tendo já sinto a tua falta, da pessoa que és, do que me trazes e do teu brilho, brilho esse que não te conhecia, que não tinha conseguido ver. Não me apetece lutar contra o quanto me apeteces, nem te impedir que me tragas momentos mornos e bem quentes, só quero que leias nos meus olhos e quem sabe na minha alma a justificação certa das palavras que te digo e da vontade que o meu corpo grita.
Ainda que tentando manter os pés bem colados no chão, só me apetece segredar-te que me fazes voar e que o meu corpo ainda não sossegou...
quarta-feira, outubro 26, 2005
Hoje, dia para passar debaixo dos cobertores.
Mais uma vez aquela sensação de claustrofobia, de angústia como se este mundo não me bastasse, os locais que frequento fossem demasiado pequenos e os dias tenham perdido o brilho ou a alegria de quem os vive.
Não encontro a paixão e a certeza do que quero e do que vivo, aquele sentimento tão nosso que nos faz levar cada dia com a sofreguidão de viver cada segundo ao máximo e aproveitar esta vida como a conhecemos. Quando sair debaixo dos cobertores tenho que procurar novamente esse sentimento, tão de cada um de nós e como a minha boa vontade não me auxiliará, porque não sei onde se encontra, não será uma tarefa nada fácil.
Acordo e sinto que sou vazia que tudo o que ontem, a última vez que me lembro de me sentir, me enchia o peito e o espírito se foi não sei para onde, simplesmente partiu de mim sem nenhum aviso ou recomendação. Preciso procurar o meu recheio, mas para isso tenho de ir ao fundo de mim e não sei se hoje me sinto capaz. Um dia debaixo dos cobertos, na cobardia que me "protege".
Mas não pode ser assim, porque o mundo não pára só porque eu peço para ficar a lamber feridas num qualquer canto escuro...
Por onde ando...
Imagina que queria perder o meu tempo a seduzir-te!...
Apurava todos os meus sentidos e movia o meu corpo apenas na tua direcção para que tu só me pudesses ver a mim. O meu olhar falar-te-ia de desejo, o meu olfacto do perfume já quente da tua pele, o meu paladar saborearia a gosto a tua pele cálida, enquanto o único som que ouviríamos seria a expressão dos nossos corpos que se tocam e a ponta dos meus e dos teus dedos tactearia cada centímetro de pele pronta a ser descoberta na explosão de sentidos.
Imagina que queria perder o meu tempo a descobrir-te e acreditar que esse momento valesse a pena, porque tu és para além de corpo e saberias da paixão e da dimensão de que falo...
segunda-feira, outubro 24, 2005
Só no palco
Angustia-me o vazio que sinto na rapidez com que te apago de mim.
Desde à muito que não te pensava, tu que és o mundo aparte deste que vivo todos os dias, um mundo onde consegui chegar sempre que procurava a tua alma, o teu corpo e o nosso encontro e como foram raras as vezes em que isto aconteceu!
Depois da mensagem que decidia virar a nossa página gasta, que sempre que o teu nome passava na minha mente não tinha a mínima vontade de entrar por aí, porque sabia que viria aquele sabor doce com uma pitada de amargo veneno em caminhos não pensados que apenas fomos percorrendo sem nunca darmos real importância aonda nos levavam. Nunca percorremos caminhos escolhidos e a necessidade de ler nas entrelinhas, porque sempre tivemos medo de nos darmos, já me cansa.
Agora preciso de sentimentos definidos e esclarecidos, não posso viver do que não se define, porque isso se arrasta sempre por demasiado tempo com demasiadas coisas por resolver, apenas por medo, pena, seja o que for da definição.
Apesar de dizeres que é por falta de maturidade esta decisão de "arrumar" sentimentos, situações, fantasias, passado, presente e futuro próximo foi e está a ser das decisões mais maduras que tomei. E por muito que isso me desagrade (ou não) creio que a nossa relação como a conhecemos não faz parte daquilo que quero para a minha vida! Provavelmente trata-se, de como tu tão bem soubeste definir, de viver com a consciência que tudo o que aconteceu foi bom, está no passado e faz parte de puro saudosismo... Pois que seja, porque eu continuo a achar que isso não muda em nada a nossa distância, a ausência na vida um do outro.
Pelos vistos, como fazes questão de frizar, eu não entendo tanta coisa que se relaciona contigo, e consequentemente connosco, no entanto, nunca perdeste tempo da tua vida para parar e explicar, conversar e partilhar. Optámos sempre pelo silêncio, pelos trocadilhos, pelas palavras difíceis e pelas entrelinhas quando na realidade o que precisavamos era a verdade, a sinceridade e a descoberta mútua do que existe(ia) realmente entre nós.
O que não deixa de ser irónico é acreditares sem um pingo de humilde e consciência que deste sempre grandes passos e fizeste a tua parte, não delegando com isso culpa à minha pessoa... Não será essa atitude um espelho de como as coisas realmente aconteceram?!...
Não sei se o que mais me custa é levar a minha decisão de página virada avante, com tudo o que isso acarreta ou o facto de já não mexeres comigo como antes acontecia, já não conseguires plantar uma tristeza profunda ou uma alegria ridícula, o facto de já não me trazeres um turbilhão de emoções, porque neste momento em que escrevo uso apenas a razão, vazia de sentimentos.
Eu disse-te que gritava por dentro, mas isso nunca te importou. Disse-te que no dia em que não sentissemos nada um pelo outro, principalmente o "amor" e/ou o "ódio" acabaria o que nos unia. Penso se não estaremos a vivê-lo!?!!...
Não deixa de ser estranho, mas pode muito bem ser verdade que afinal eu não tenho sentimentos profundos por ti. Não posso dizer que não me entristeça, mas tenho consciência que ambos estragámos o que tinhamos com o tempo, as ausências, a solidão e o silêncio.
Eu escolhi não mais te querer ao meu lado, sem que na prática a minha decisão faça diferença, porque muitas vezes a vida me doeu por tua causa.
Ainda queria sentir a tua falta ou talvez não...tenho saudades de te sentir vivo em mim, presente, uma parte essencial... Mas já não posso dizer nada disso, porque já não o sinto nem te sinto, perto ou distante é igual. Quero continuar a sentir o mesmo nó no estômago quando te vejo, o coração descompasssado, a voz a falhar e as palavras tantas vezes ensaiadas para te dizer serem apenas confusão. Acontece que agora deixas-te de ser conflito, turbilhão és apenas o comodismo inconformado do silêncio e da distância a que nos propusemos e entregámos, quando nunca pensámos ser isso possível.
Tenho saudades de tudo o que representavas para mim, deste mundo tão aparte que me deste a conhecer, da nossa incompatibilidade com a realidade, do tempo em que te mantive vivo dentro de mim... Sei agora que à muito que era apenas eu que te alimentava! Uma vez que as minhas forças não são as mesmas para contigo, tu vais partindo!...
Fica apenas a certeza inconformada de saber que me lembras como eu às vezes também te vou lembrando...
As vírgulas sempre foram para mim um problema... Nunca sei qual o sítio certo para as colocar, onde fazer a pausa para respirar, tomar folêgo para retomar o discurso com a mesma força do início simplesmente, porque quando digo de minha justiça gosto de fazê-lo de uma só vez, com um só fôlego, sem tempo para respirar ou suspirar.
Gosto que todas as palavras tenham o seu lugar e a sua força, sem retirar importância a nenhuma delas e por isso, as vírgulas inquietam-me.
Não costumo ter problemas com pontos finais porque eles trazem certezas, a não ser pelo facto de poucas vezes os encontrar por entre os meus pensamentos. As interrogações e as exclamações são o que me caracteriza, porque transpiram a minha vontade de viver e as reticências são o meu espelho, porque dizem o que não se quer dizer, deixam o dito por não dito e o mistério no ar...
Não percebo esta implicância com as vírgulas!!!... No entanto, não deixarei que elas calem as minhas palavras ou as minhas ideias, porque preciso escrever para me clarificar, conhecer e desconspurcar. :)
sábado, outubro 22, 2005
Hoje estou assim...
Sinto-me envolver no segundo em que te sei presente. Queria perder-me entre o teu tronco e os teus braços num abraço infinito, aconchegado, quente e por aí ficar sem tempo para acabar, sair só quando o meu corpo estivesse demasiado envolvido com o teu e quem sabe, as nossas almas também...
Queria sentir as tuas mãos a percorrer as minhas costas, numa carícia demorada e sentir desejo na ponta dos teus dedos. Gostava de me perder no fundo dos teus olhos e descobrir o que só se vê dentro, para logo de seguida me embalares no teu sorriso que faz divagar a minha mente e me exalta. Não quero perder um segundo, um movimento que seja dos teus lábios e das rugas da tua presença quando sorris.
Quero sentir o meu rosto tão perto do teu, de maneira que a nossa respiração seja uma e descompassada e sentir o teu cheiro quente, tão único que me seduz. A tua boca a tocar a minha pele, no pescoço, perto da orelha, na orelha, novamente o pescoço, no meu ombro e a tua respiração candente que cerra as minhas pálpebras e me arrepia.
Olhar para ti e saber o inevitável, sem serem precisas palavras só a linguagem corpo, desejo, prazer.
sexta-feira, outubro 21, 2005
Quando os meus olhos se encontram contigo, o meu corpo pede proximidade, dança, envolvência. Gosto desta vibração que me inspira e faz sonhar, sabe bem! Não importa que não me sintas, gosto do que a tua presença me traz!
No entanto, és rasto e o teu efeito pouco duradouro porque és apenas um momento, o segundo da presença do corpo que não fica e eu não tenho vontade de te prolongar por mais que esse instante.
Passas-me rápido!!!
quinta-feira, outubro 20, 2005
A ti...
Lembro-me de ti todos os dias. Nem teria sentido não me lembrar, por um segundo que seja, da pessoa que sei que és, do que sei que me deste e, principalmente do que sei que gostarias de me ter dado.
Contigo sempre senti calor, carinho e a amizade profunda que não precisa ser explicada. De ti sempre sentir admiração, compreensão e aquela espécie de amor que não cabe nas palavras.
Sempre te desejei perto de mim, num tremendo acto egoísta, por tudo quanto me davas e pelo quanto tinha também para te dar, no entanto não era suficiente para ti, pois não?!
Agora ficou o vazio e o silêncio, preferiste não me ter na tua vida ou provavelmente esperavas que eu voltasse, ripostasse essa tua decisão fingida, mas eu nada fiz e mesmo assim continuas a ser uma parte de mim, como todas as pessoas que me marcaram.
Não quero ser mais egoísta, nem quero trazer-te fantasmas de volta aos teus dias, no entanto continuo a achar que a minha vida é mais pobre sem ti.
Espero sinceramente que estejas bem e feliz!
...
......
Hoje precisava escrever-te.
quarta-feira, outubro 19, 2005
Pela expressão dos teus olhos e da tua boca...
Pela expressão dos teus olhos e da tua boca consigo ver-te até à alma, diz a pessoa-espelho. A minha alma que é límpida e clara, sem sombras, contornos ou cores escuras para a minha pessoa-espelho e gosto assim. Com toda esta transparência consigo ainda sentir carinho, calor, ardor e vida, e é bom!
Não preciso de imagens reflectidas, pouco nítidas ou desfocadas daquilo que sou, porque a pessoa-espelho percebe, acolhe, alimenta, acarinha, dá de si e dá tudo, tanto do que preciso.
Pela expressão dos meus olhos e da minha boca quero que continues a ver a minha alma e a ver-me a mim, como aqui me exponho, para que vivas comigo a vida plena, repleta e aconcheda da maneira que gostamos e nos faz feliz.
Uma pessoa-espelho, um espelho de pessoa...
terça-feira, outubro 18, 2005
Sussurro...
Ela: Não...Cheguei à conclusão que não valia a pena.
Ele: O quê?! Estar chateada comigo?
Ela: Sim, também.
...
Ele: O que é que não vale mais a pena?!
Ela: Tu...
......
Depois de um olhar e do silêncio restou apenas o abismo. Para onde foi o calor que os juntava, o fogo que os prendia, a incerteza das vontades a seguir que os fazia voltar sempre mais uma vez?!
Quando o momento já era só e só restava mais uma vez a distância dos corpos, dos pensamentos e das almas, ela apenas conseguia interrogar-se como é possível estar tão longe agora, quando já tinham estado tão perto?!...
Porque é que o dia mantêm a tua distância e a minha razão e a noite te traz para perto e te torna cúmplice, tão necessário?!... Queria sentir-te de noite como te sinto durante o dia, queria ter este momento só para mim sem que tu entrasses por ele adentro e trouxesses o que me aquece e, inevitavelmente o que me arrefece. Queria que para mim fosses só calor, brisa quente, olhar lascivo, lábios provocantes e vontade, desejo ao qual é preciso um esforço quase sobre-humano para resistir. Para mim és tudo isso e a contra-regra. És também frio, gelo, olhar distante, ausente, desprezo, lábios que cospem palavras que juntas me trazem nada!!!
Não consigo viver metade de desejos e respirar palavras apenas sussurradas, nunca ditas. É preciso que valha a pena sonhar-te e ter-te dentro de mim, sem que isso me traga o vício do que és e do que penso que poderás ser, porque a verdade pode não ser minha aliada...
Para ser sincera, a verdade que o espelho lhe diz é que não vale mesmo a pena, mas por teimosia ela não quer acreditar que não se enganou!
domingo, outubro 16, 2005
Espaço Meu!
Este é o meu espaço! Um espaço sem tempo, sem regras, sem lógica. É um espaço meu, feito só de mim, daquilo que sou, logo daquilo que sinto. Nem sei se posso dizer que é um espaço sobre o que penso, porque aqui o que prevalece são sentimentos, sensações, percepções e tudo o que me faz sonhar.
É um espaço onde me mostro, mas não me vêem, pelo menos não como habitualmente. Este é o melhor ou o pior espaço de mim...
Sensações...
Há sensações, percepções difícies de transmitir, de explicar, pôr em palavras.
É impossível conseguir fazer-te sentir o que eu senti quando a tua mão tocou a minha e os teus dedos percorreram os meus à procura do calor da minha palma, do meu pulso, das minhas artérias que latejavam. Como conseguir fazer-te compreender que os teus olhos pousados em mim aqueciam a minha alma, levando os meus a procurar-te e ao encontrar-te mostravam vontade de te ver, de te sentir a olhar para mim e a divagar por mil caminhos menos próprios, enquanto os teus lábios se entreabriam e sorriam para mim, como que a denunciar-te. Como posso arranjar palavras para te dizer que quando os teus lábios tocavam a minha pele e sorriam para mim, eu te bebia o sorriso e fixava todos os movimentos apenas por puro deleite, para me alimentar as fantasias e viver com elas um pouco mais tarde longe de ti. Deixa-me dizer-te que o teu sorriso não tem o efeito que esperas nas outras pessoas, não as desarma, nem as fragiliza como tu gostarias, mas sim pelo contrário, fortalece-as e torna-as mais vivas, mais conscientes do que as rodeia e fá-las reparar nos pequenos prazeres.
Como gostava de te fazer sentir, como eu também senti, quando o teu corpo se confundia com o meu numa dança de sentidos e sensações que nos embebedava, envolvia e absorvia o calor dos corpos e a vontade de estar junto, corpo a corpo no desejo da proximidade, brincando com limites e linhas intransponíveis.
Gostava de te falar do calor que o meu corpo transpirava quando te sentia por perto ou te sabia ali algures, no momento antes do reencontro...
Por não encontrar as palavras certas para te dizer o que senti e o que vivi deixo-me ficar aqui, dentro de mim a saborear todas as sensações e percepções que o meu corpo absorveu... :)
Um momento...
Já não me apeteces!
Já não me apetece pensar em ti, saber o teu nome, onde estás ou se ainda te lembras do que sou ou do que fui, e o que fomos quando o sol desapareceu atrás do mar e juntou os nossos corpos.
Tu tens um olhar que dá vontade de viver lá dentro! E eu, ingénua de mim e de ti, queria acreditar em palavras que me aqueciam e elevavam onde posso sonhar. No entanto, as palavras que trocámos sem a presença do corpo prazer e do momento "perfeito" apenas deixaram dúvidas, que nunca me esclareceram se o meu lugar seria longe ou perto?!
Entreguei-me aquele momento...e mais que corpo, fui alma...mas tu nunca reparaste, não quiseste ver o que os meus olhos viam em ti e trataste de afastar esse momento no tempo sem o mínimo de cuidado com a sua fragilidade...
Por isso, podes ir! Leva contigo o desencanto, a desilusão, a distância, o silêncio, o desesprezo...não quero! Soube agora, que não és a pessoa certa para guardar os meus momentos especiais, esses momentos que acredito que estou aqui para viver.
Vai e leva contigo o que de "podre" trouxeste até mim, porque eu vou guardar só o que valer a pena. Serás para mim como o pôr do sol...um momento lindo, quente, efémero que te faz sonhar e te inspira e que é delicioso quando partilhado com a pessoa certa!...
segunda-feira, outubro 10, 2005
Noutros tempos...
É engraçado como me lembro tantas vezes de ti, como sei e sinto agora que marcaste a minha vida e como sinto falta de ti, não da mesma forma, porque sei que não resultaria e só nos iria magoar, mas desta forma de carinho que ficou por ti.
É habitual ouvirmos muitas vezes que só damos valor a muita coisa depois de a perdermos, mas no teu caso não é nada assim. Sempre soube que um dia iria ter saudades tuas, de olhar para ti, de me perder nos teus braços, ouvir e sentir os teus carinhos, sempre soube que podia não te amar como precisas ser amado, mas sempre amei tudo o que me deste.
Lembro-me de ti, muitas vezes sem razão aparente e revivo tudo o que sentia na altura, um enorme prazer de sentir o peito cheio de ti e do teu amor que tão bem me transmitias e a nostalgia e certeza que um dia tudo isso já não me seria dirigido.
Lembro-me tantas vezes de quando me abraçavas, enquanto me afagavas os cabelos e beijavas a cabeça, de olhares para mim e me dizeres que gostavas tanto de mim e que não querias que discutissemos porque as palavras não importam, de com o teu amor me satisfazeres os caprichos e no fim ainda tinhas palavras repletas de tudo para me dizer, de te sentir tão perto que só me apetecia ficar abraçada a ti, porque me sentia amada e protegida e tinha vontade de chorar, mas não de tristeza, só felicidade.
Lembro-me tantas vezes de ti, tenho vontade de te falar para saber se estás bem e dizer tudo o que nunca te disse quando podia, quando isso ainda era importante, porque sempre soube que não irias compreender.
Senti-me tantas vezes tão distante de ti, porque sabia que te magoava sem querer e tu olhavas para mim como quem queria entender e eu não conseguia explicar.
Entretanto, ficou tanta coisa por dizer, tu já não queres ouvir, eu não quero falar, já não importa, porque já não nos procuramos. No entanto, ficaste tatuado em mim e nunca saberás a importância que tiveste na minha vida.
Desejava que um dia quando nos encontrarmos, olhasses nos meus olhos e percebesses tudo o que escrevo, sem serem precisas palavras e sintas o "tamanho" daquilo que fomos.
Mas parece que nunca saberás!...
domingo, outubro 09, 2005
Olhar de criança...
Ontem vivi um segundo de vida como à muito não experimentava.
Fui ao supermercado com a minha mãe fazer as compras habituais, nada de especial, cereais, leite, bolachas, iogurtes, carne... Como habitual também, o sítio estava cheio de gente e às tantas acabei por perder a minha mãe de vista, então comecei a percorrer alguns corredores a ver se a encontrava e me encontrava a mim também, tal era a confusão.
Decidi entrar por um corredor menos cheio com o objectivo de chegar rapidamente à outra ponta do supermercado onde tinha visto a minha mãe uns minutos atrás, quando dei por mim a perguntar-me porque estaria aquele corredor vazio...Olhei então uma segunda vez, fazendo rodar a minha cabeça para a esquerda quando de repente percebi que à minha volta havia......GOMAS!!!......Sim, gomas de todas as formas, cores e feitios. Ok, o meu ponto fraco!...Foi exactamente o que pensei. Então, virei-me para aquelas prateleiras de puro prazer e fiquei ali...só a olhar...na esperança de encontrar as minhas favoritas, a pensar que me contentaria com qualquer uma delas! :)
Após alguns minutos (sim, minutos) de contemplação, vi que não havia as minhocas de várias cores que me deliciam quando lhes arranco a cabeça de uma cor, o corpo de outra e o rabo na mesma cor que a primeira. No entanto, logo a seguir alguma coisa despertou a minha atenção e quando olho para o meu lado reparei que estava uma miúda com os seus 4,5 anos a olhar maravilhada para as prateleiras, tal como eu, a pensar que levaria para casa todos aqueles pacotes, mesmo que não houvesse as suas preferidas.
Quando espreito um pouco mais longe, percebo que afinal não eramos duas, mas sim quatro almas a olhar para as delícias esponjosas, sendo que as outras duas deveriam rondar os seus 5 a 6 anos.
Eu, dos meus 22 anos só tive capacidade para pensar que estaria a sonhar o mesmo que eles e o meu sorriso idiota na cara denunciava-me. Pensei que foi lindo ver aquele pequeno pedaço de mundo outra vez, pelos olhos da criança que muito provavelmente existe ainda em mim. :) :) :)
Entretanto, avistei a minha mãe e dirigi-me a ela com o mesmo sorriso idiota na cara e a alma bem cheinha...
sexta-feira, outubro 07, 2005
Palavras...
Quando pomos em palavras o que temos dentro deixa tudo de ser só nosso, só pensamento e ilusão, passando a tomar forma de corpo, paixão.
O que eu não sabia era que para te tirar de mim, ficar mais leve bastava pôr em palavras o que é meu, não teu, nem nosso e fazer de ti passado, aquele momento morto atrás do tempo de agora e viver com isso levemente.
O que ficará de mim quando eu deixar de ser?! Guardares-me-ás em ti?! Sentirás a minha ausência e recordarás que um dia fui presente, brasa ardente, ternura?! Ou desaparecerei de ti sem deixar rasto com a rapidez dos dias que correm, sem sinais de sorrisos e ilusões partilhadas?!
O difícil é contar-te das coisas simples, pois são elas que nos movem e deixam a lembrança um dia partilhada de tudo o que foi doce, salgado e amargo de boca.
Inconsequente
"Uma aventura não recomeça, nem se prolonga."
Sartre
Hoje apeteceu-me começar assim, na verdade nem é bem um começar porque o meu mundo não pára de rodar só porque nasceu um novo dia.
Tudo o que é teu, mesmo efémero foi deveras importante e especialmente casual, como tudo acontece quando se trata de ti. É efémero porque não te conheço, não sei o que pensas, o que sentes.
Mesmo que se torne difícil explicar, sei exactamente tudo o que me mostras-te e como foi bom espelhar uma nova perspectiva em caminhos antigos e gastos pelos dias. Vieste para me mostrar que a vida não precisa ser pensada a cada segundo, pode ser vivida e a felicidade pode chegar quando menos esperamos ou nas mais pequenas coisas.
Não me importa se os nossos momentos tenham sido aqueles e sejam efémeros, fico feliz por tê-los vivido e por tê-los vivido contigo, uma pessoa que sempre me inspirou. A realidade é que não tem directamente a ver contigo, com a pessoa que és porque não te conheço, mas sim com a importância da vivência naquela altura, que me faz acreditar que não existem mesmo coincidências e que nos cruzamos com as pessoas certas quando precisamos de respostas. Sim, foi contigo e ironicamente foste mesmo tu que me mostras-te o que precisava ver.
Na nossa última conversa disseste que temos muito que falar e que mais uma vez ficava algo pendente entre nós...Achas mesmo?!...Porque estranhamente sinto o mesmo, mas já me enganei por outras vezes.
Na verdade, acho que daqui a uns tempos me sentirei rídicula por escrever uma palavra sequer por ti, mas agora é o que preciso.
Encontro Inesperado!
Porque é que depois do desencanto, da distância, do silêncio e da desilusão o meu coração dispara por te sentir perto, à distância de um olhar?!... Porque é que a intenção é tentar não me cruzar contigo e os meus pés avançam em passos largos na tua direcção?!...
É estranho como o teu olhar parece transmitir-me tudo aquilo que quero sentir de ti e, no entanto, quando não o vejo nada sinto e tudo foi simples ilusão.
Quando os meus olhos encontram o teu olhar brilham sem o meu consentimento, sinto-te e gosto. No entanto, tu não mostras o mesmo que os teus olhos!
Sempre que os teus olhos olharam os meus, descobri neles o que nunca podia sequer imaginar e se os olhos são mesmo o espelho da alma porque será que te sinto longe e tão perto?!
É pura ilusão pensar que os teus olhos me diriam alguma verdade quando tu não o consegues fazer!
quinta-feira, outubro 06, 2005
Desencanto...
Eu Não Te Quero!!!
Não és nada da pessoa que esperava ver em ti.
É irónico como foste tu que tomaste essa decisão por mim, eu que estava disposta a acreditar, mesmo quando a razão, o instinto e o mundo à volta me diziam que não valias a pena. Eu estava disposta a acreditar que podíamos estar errados, mas tu acabaste por me mostrar que não.
Querias conversas, palavras, justificações, no entanto agora deixou de ser importante qualquer tipo de esclarecimento, porque os actos falam por si. As tuas palavras, repetidamente ensaiadas que pensas que as pessoas à tua volta engolem nada valem, porque os nossos actos é que interessam. Não me interessa o discurso que ensaias ao espelho, que montas para te sentires confortável, só me interessam as acções que te ligam à verdade da tua vontade e do teu ser, e essas para mim não têm valido muito!
Não percebo a falta de sinceridade, a cobardia dos actos...porque não deixaste o assunto de lado se não te querias confrontar com ele?!
Para quê tantos jogos, tantas palavras vãs, sem valor, sem sentido. Tenho pena que vivas essa mentira, que o que dizes aos outros não seja verdade, nem o que queres, muito menos o que fazes.
Hoje vejo que estás longe da pessoa que mostras aos outros. Transpiras falta de respeito, consideração, responsabilidade e mais importante uma tremenda falta de carácter, no entanto só me mostras o que iria ver mais tarde.
Não vales a pena (mas isso eu já sabia) e sei que não tentarás sequer provar o contrário, só te peço que não despeijes as tuas palavras gastas em cima de mim para que as engula e consigas ficar bem com a tua "consciência".
Mas, e agora o que faço com tudo o que me trouxeste, o que me fizeste sonhar?!...
Tenho pena, porque podia mesmo ser doce...
À distância de um pensamento
Nem sei porque ainda te interrogo, te faço dúvida, hipótese com vontade de estar ao teu lado a viver a loucura e fantasia que a mim me caracteriza.
Não sei porque te vejo o espelho da minha loucura e te sonho em grandes aventuras, onde o céu fica à distância do esticar do braço e a terra está longe dos teus e dos meus pés, como quem espera apanhar uma nuvem.
Esta história vive de mim, da minha loucura e fantasia e tu...tu estás longe, sempre ausente, a milhas do que te vivo e espero que sejas da pessoas que vejo em ti.
Um dia que me chamem louca, argumentos não terei para dizer que não penso em ti...nessa altura partirei para a ignorância e direi em minha defesa..."Ele está longe, quem é?!...Não sei, só me lembro quem foi!"
quarta-feira, outubro 05, 2005
Verão Introspectivo
NÃO ESTOU AQUI PARA SER MEDÍOCRE!!!
E tenho dito.
Não quero viver a minha vida na mediocridade, nem ser medíocre de vivências, nos sentimentos, para as relações e na forma como tudo se entranha em mim.
Quero viver a vida de forma que me satisfaça e tudo menos que isso não será suficiente. Quero lutar e conseguir tudo a que aspiro e respirar cada manhã com espírito de desafio para no fim de cada dia vivido, chegar à almofada e saber que aprendi a ser melhor e que aquele dia acrescentou algo à minha pessoa, nem que seja em termos de luta interior.
Quero saber tirar de cada dia o momento especial e alimentar-me dele, porque acredito que cada dia tem um momento que nos liga à energia do universo e é nesse exacto segundo que grandes mudanças podem tomar forma. É óbvio que não é nada fácil perceber esse momento, mas o facto de estar atento, saborear cada minuto como se fosse esse momento especial já tem o seu (grande) valor.
Por tudo isto, faço da primeira frase um lema de vida que quero cumprir da melhor maneira que conseguir, uns dias melhor outros menos bem.
Não quero viver a minha vida partilhada com alguém, apenas porque preciso de testemunhas à minha passagem e aos meus feitos. Fico contente e delicia-me o facto de partilhar determinados momentos com as pessoas certas, pois elas dão o toque especial que me alimenta. Gosto de as ter na minha vida, porque elas me apetecem e fazem bem.