Hoje, dia para passar debaixo dos cobertores.
Mais uma vez aquela sensação de claustrofobia, de angústia como se este mundo não me bastasse, os locais que frequento fossem demasiado pequenos e os dias tenham perdido o brilho ou a alegria de quem os vive.
Não encontro a paixão e a certeza do que quero e do que vivo, aquele sentimento tão nosso que nos faz levar cada dia com a sofreguidão de viver cada segundo ao máximo e aproveitar esta vida como a conhecemos. Quando sair debaixo dos cobertores tenho que procurar novamente esse sentimento, tão de cada um de nós e como a minha boa vontade não me auxiliará, porque não sei onde se encontra, não será uma tarefa nada fácil.
Acordo e sinto que sou vazia que tudo o que ontem, a última vez que me lembro de me sentir, me enchia o peito e o espírito se foi não sei para onde, simplesmente partiu de mim sem nenhum aviso ou recomendação. Preciso procurar o meu recheio, mas para isso tenho de ir ao fundo de mim e não sei se hoje me sinto capaz. Um dia debaixo dos cobertos, na cobardia que me "protege".
Mas não pode ser assim, porque o mundo não pára só porque eu peço para ficar a lamber feridas num qualquer canto escuro...
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