Olhar de criança...
Ontem vivi um segundo de vida como à muito não experimentava.
Fui ao supermercado com a minha mãe fazer as compras habituais, nada de especial, cereais, leite, bolachas, iogurtes, carne... Como habitual também, o sítio estava cheio de gente e às tantas acabei por perder a minha mãe de vista, então comecei a percorrer alguns corredores a ver se a encontrava e me encontrava a mim também, tal era a confusão.
Decidi entrar por um corredor menos cheio com o objectivo de chegar rapidamente à outra ponta do supermercado onde tinha visto a minha mãe uns minutos atrás, quando dei por mim a perguntar-me porque estaria aquele corredor vazio...Olhei então uma segunda vez, fazendo rodar a minha cabeça para a esquerda quando de repente percebi que à minha volta havia......GOMAS!!!......Sim, gomas de todas as formas, cores e feitios. Ok, o meu ponto fraco!...Foi exactamente o que pensei. Então, virei-me para aquelas prateleiras de puro prazer e fiquei ali...só a olhar...na esperança de encontrar as minhas favoritas, a pensar que me contentaria com qualquer uma delas! :)
Após alguns minutos (sim, minutos) de contemplação, vi que não havia as minhocas de várias cores que me deliciam quando lhes arranco a cabeça de uma cor, o corpo de outra e o rabo na mesma cor que a primeira. No entanto, logo a seguir alguma coisa despertou a minha atenção e quando olho para o meu lado reparei que estava uma miúda com os seus 4,5 anos a olhar maravilhada para as prateleiras, tal como eu, a pensar que levaria para casa todos aqueles pacotes, mesmo que não houvesse as suas preferidas.
Quando espreito um pouco mais longe, percebo que afinal não eramos duas, mas sim quatro almas a olhar para as delícias esponjosas, sendo que as outras duas deveriam rondar os seus 5 a 6 anos.
Eu, dos meus 22 anos só tive capacidade para pensar que estaria a sonhar o mesmo que eles e o meu sorriso idiota na cara denunciava-me. Pensei que foi lindo ver aquele pequeno pedaço de mundo outra vez, pelos olhos da criança que muito provavelmente existe ainda em mim. :) :) :)
Entretanto, avistei a minha mãe e dirigi-me a ela com o mesmo sorriso idiota na cara e a alma bem cheinha...
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