A apatia, os dias cheios de nada e as horas de coisa nenhuma. Não me dou conta da lentidão do tempo a passar, só dos minutos passados de rajada. Não lembro a última vez em que vi o mar, senti no rosto a brisa quente, o peito gritou aquela sensação muito boa e o sorriso nos lábios apenas... Parece que contigo era mais fácil, mas é mentira. Só é possível comigo!

E saber que não te dói...

Tenho Costas quando quero Olhos

Hoje, nem Padre António Vieira teria pregado aos peixes com tamanho frevor e convicção. No entanto, não me impediu de estar a olhar nos teus olhos para no segundo seguinte, em que as palavras te são difíceis, ver apenas as tuas costas... E mais uma vez fiquei só, com algumas deduções. ... Deixar de te dar oportunidades em que tenhas que ter a preocupação de fugir...

Se me beijasses...

Eu e tu, frente a frente. O olhar que escorre bem dentro de cada um e acorda o peito e exalta o espírito. A palma da minha mão acaricia a tua face e o teu olhar tão dentro de mim... Depois os teus lábios tocam a minha palma e a tua língua húmida agita-se também. Beijas a palma da minha mão, és lábios e língua cálida. Continuas pelo interior do meu pulso, devagar e tão morno. O teu olhar de novo no meu e eu para ti, só brilho... Os lábios procuram a minha pele, tocam o meu pescoço e arrepiam-me. Tu encontras de novo o cheiro do meu perfume e sorris porque gostas. Continuas a ser lábios, língua e respiração profunda. Eu cerro as minhas pálpebras para te sentir e decorar cada gesto de ti. Tu continuas a beijar o meu pescoço, orelha, face, sobes e beijas-me um olho e a testa e páras para olhar bem dentro dos meus olhos. Eu sei exactamente o que as tuas palavras não dizem. Sorrio e gosto. Continuas... O outro olho, a face, o nariz. E eu sinto-te tão calmamente... Os teus lábios no canto da minha boca. Depois a tua língua nos meus lábios. E envolvemo-nos assim num beijo demorado, só nosso...

Tu estás livre e eu estou livre

E há uma noite para passar

Porque não vamos unidos

Porque não vamos ficar

Na aventura dos sentidos

"Canção do Engate" - António Variações.

Sorriso

O teu sorriso enche-me o peito e faz-me sorrir...

Contigo, prazeres da vida!

Quando me lembro de ti lembro as tuas mãos, que gosto, a alisar os meus cabelos e a brincar com as pontas, com o cuidado que gostas de pôr nas coisas que te são queridas. As tuas mãos demoram-se na minha nuca e acompanham o olhar seduzido que sabemos bem presente para brincar com distâncias. Recordo as minhas mãos sustentadas pelas tuas na direcção dos teus lábios, dos teus olhos abertos e por fim da tua língua. Gosto quando me beijas as mãos. E quantas vezes me beijas as mãos... Mais tarde nas minhas costas, como que a acomodar os nossos contornos na dança que um dia descobrimos e que a mim me cativou.

Lembro as tuas mãos e apetece-me saborear contigo todos os prazeres da vida...

Quantas vezes não sinto o peito apertado com perguntas difíceis em que só acho respostas em ti.

E os minutos que nos damos são sempre pequenos para o quanto quero descobrir de ti e ficar cativa, envolta e saber-te meu também ...

Louca de nós...

Afasta-te de mim e pára de assombrar a minha vida... porque não é comigo que estás, que passas momentos, que abdicas do mundo.

Espero-te na cama...

É desta forma, de sorriso honesto nos lábios, que passo as horas e os dias. Mesmo sem te ter, o meu olhar não pára de te procurar. E mesmo que não vislumbre os teus contornos, o teu cheiro não deixa de me envolver, o meu corpo continua a querer descansar no teu, o teu sorriso enternece-me, o nosso olhar faz-me sorrir e sentir-me repleta. Um sorriso pelo tão pouco que vivemos...

O dia passou e não trouxe contigo a exaltação que esperava...

O teu abraço... ou será só nosso?

É tão bom quando abraçamos alguém e nos sentimos perfeitamente encaixados… como se aquela fosse a peça que faltava para acabar o Puzzle que nos solta o sentir aprisionado pelo medo… :) (by PP in http://mar-a-dentro.blogspot.com/)

No meio de uma pequena multidão tu, de viola abraçada no colo, (en)cantas palavras enquanto me olhas. Gosto de te sentir assim, pronto a dar sem medo de receber... O meu olhar denuncia o desejo de ser viola, presa nos teus braços, naquele abraço onde tu me recebes e eu me encontro. Depois, de almas fundidas, cativos do encantamento das canções, eu nos teus braços e o nosso olhar tão perto, como quem vive dentro, percorremos todas as notas de uma pauta musical e cada letra do alfabeto para criar novos cantos, no calor da nossa paixão...

Novelos de pele

Esta noite fico aqui deitada sob as estrelas, com a alma embaciada, a desejar que tu tão longe, te lembres de mim. Que sintas saudades do calor dos nossos corpos juntos, da humidade quente dos nossos beijos e dos novelos de pele que passávamos horas a desenrolar num tempo tão distante! E que sorrias, porque gostaste. Tenho saudades tuas e de tudo o que era nosso.

O nosso segredo...

Gostava que me visses realmente...

You don't need to say anything

Nada acontece. Porque as coisas não acontecem quando não as sentimos.

O tempo passa e faz-me confusão que tu não passes com ele...

Esta noite vou ficar aqui, quieta no meu canto, não porque não te tenho, mas se calhar porque não te tive como pensei...