quinta-feira, novembro 03, 2005

Quando cruzas o meu caminho obrigas-me a pensar-te e a equacionar o que de ti ficou e o que da lembrança de nós ainda resta.
Exiges que perceba que de ti quase nada permanece em mim senão apenas numa distante lembrança, que faço questão de guardar para ainda te olhar nos olhos e me lembrar o que te via nessa altura. Por agora só o vazio, o silêncio e o nada dentro de mim quando por acaso os nossos caminhos se cruzam. És apenas lembrança adocicada com a pitada de desengano que tão bem soubeste trazer, és uma sombra de desilusão pouco importante que a minha alma abarca, por apenas ter acreditado que um dia podias ser brilho incandescente.
Não sei como foi possível passares de magia e encantamento a obscuridade e a lembrança do teu abraço ser tão remota e toda a pessoa que via em ti tão abstracta. No entanto essa foi a tua escolha, mostrares-me uma pessoa assim em ti.
Por isso, nos dias em que não te cruzo no caminho escolho não te lembrar, porque não gosto da pessoa que agora vejo.