Mesmo podendo não te escreverei uma mensagem. Sei que as palavras nunca chegariam para te transmitir a solidão do que me fizeste sentir.
As palavras parecem-me vazias demais e demasiado pouco para o que mereces de mim. Para ti tinham de ser também os gestos, o olhar e principalmente os silêncios. Os momentos em que o corpo fala por nós e a alma, mesmo que despreocupada, sente exactamente o peso certo.
E quando acabasse de te dizer tudo, fazia questão de inventar uma nova mímica, outros vocábulos para ver se te exaltavas e quanto mais quente, ardente, perturbante fosse a minha conversa ao teu corpo, nas tuas entranhas com mais calma falaria para sentires bem dentro o ardor de que te falava.
Foi bom saborear o tempo em que éramos leves e vivíamos calmamente, sem datas ou horários. Foi assim que tanta coisa se perdeu.
Foto: Alex Krivtsov
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