domingo, outubro 15, 2006

Estou cansada dos dias de espera que conheço por tua causa. Se pudesse escolher sabia os meus olhos inundados de ti todos os dias, ainda que por breves minutos para alimentar o sorriso nos meus lábios e a leveza da minha alma. Já me cansa o discurso branco e acções negras, ausentes e distantes tão longe do calor com que me aqueceste. Quanto completa ter-te a ti por perto, tão perto, quase do lado de dentro. E depois de me ensinares o que é partilhar e viver com a cumplicidade, vontade e carinho personificados em outro alguém ficas longe, tão distante. Eu só, depois de ter vivido um tempo insuficiente de ti. Tu a mim ainda não me chegas, quero-te mais, muito mais e profundamente. Custa-me viver sem ti, mas muito mais viver sem a tua verdade, as tuas palavras jogadas na cara, derretidas nos olhos, amargas à alma. Espírito pequeno? Nunca considerei que tivesses, mas não me dás outra hipótese. Não me dás qualquer hipótese de falar, de me ouvires e tu sabes que quero, preciso. Refugias-te nesse silêncio cobarde, de quem cospe para o lado a insignificância de qualquer coisa, um acto nojento que não cabe em mim, na minha pessoa ou no meu espírito e vontade de vida. Não me dás sequer alternativa que te respeite, porque deixas de o merecer... E está tudo nas tuas mãos! Se calhar, só não é importante o suficiente para o pensares, agires e muito menos sentires. E se é assim é porque não vales a pena e isso magoa-me, esventra-me porque te pensei tão diferente!!... (Prova-me que és diferente disto, deste silêncio vazio e mesmo que já não seja importante para ti, mostra-me que és maior, melhor e não vais pelo caminho mais fácil!)