"Continuas um príncipe e eu continuo a sentir falta. Não de ti, mas do que me fazias sentir. Não do teu toque ou do teu beijo mas de um toque e de um beijo como o teu. Da forma como a tua mão, distraída, passeava pelo meu peito adolescentemente ofegante, apaixonadamente sem ar. A minha memória de ti tem cores fortes e nítidas. Ou a minha memória de adormecer abraçada a ti e às conversas que tínhamos depois do sexo tem tons saudosos. Gostava de partilhar o meu sono contigo. De acordar contigo a sorrir para mim. De sair de casa e saber que mais tarde te ia ver outra vez e que ia ser tudo bom. Outra vez. Sempre gostei que as pessoas tivessem a distância que acho que elas devem ter de mim. Nem mais nem menos. A ti sempre te quis perto. Continuo a querer-te perto. E nestes tempos de solidão acompanhada, falta-me alguém que, ao contrário de ti, seja a pessoa certa na altura certa. Não são saudades de ti que sinto. São saudades de mim."
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